Meu pai...
Na madrugada de quinta-feira não entendia porque o sol brilhava intensamente apesar de ser tão cedo ainda... Num telefonema descobri: o sol brilhava no céu porque os anjos cantavam a chegada de uma alma especial: meu pai!
Quatro paixões fizeram parte da vida do meu pai. A família, o voleibol, o Flamengo e a praia. Nesta hora tão difícil, poucas coisas me confortam. Entre elas estão as demonstrações de carinho, amizade e solidariedade que recebemos, nós filhos e esposa, dos nossos parentes, dos nossos amigos e dos inúmeros amigos que meu pai foi juntando pela vida, alguns que só reencontramos ou viemos a conhecer neste momento tão difícil e muito triste. Amizade e solidariedade confortam sempre. Mas a certeza de que ele deixará marcas profundas nas mentes e nos corações de pessoas tão diferentes, conforta ainda mais. Os que estavam mais próximos sabem o quanto meu pai vivia intensamente cada momento de sua vida, fazendo o que gostava e se realizando no que mais amava. Considerava o voleibol e a praia, sua segunda família. A alegria e o orgulho que sentia em fazer parte de ambas, era inquestionável.
Hoje me pergunto como conseguirei assistir um jogo de vôlei ou de futebol sem lembrar do meu pai... de ir a praia jogar sem lembrar do meu pai... de dividir minhas alegrias e tristezas sem compartilhar com o meu pai...
Minha família nunca mais estará completa, por mais que as lembranças, que são muitas, estejam sempre presentes em minha mente e em meu coração que agora falta um pedaço.
Gostaria muito de agradecer a todos aqueles que, de alguma forma e, em algum momento, fizeram parte da vida do meu pai e que hoje, divide conosco não só a tristeza, mas principalmente as boas lembranças.
Agora eu entendi porque o sol brilhou... na verdade não foi o sol, foi meu pai que levou seu brilho da terra para o céu. Desejo que esse brilho continue a nos iluminar para sempre.
Minha eterna gratidão.
Antonio Carlos Marques
Filho